Como estimar os custos de um projeto? – Tipos de estimativas
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Estimar custos é calcular a previsão de quanto dinheiro será necessário para entregar o escopo, no prazo, com a qualidade requerida. Feita com método, a estimativa reduz surpresas, orienta decisões (fazer x comprar, priorização, CAPEX/OPEX) e sustenta a viabilidade do projeto.
Como estimar os custos passo 1: Avaliação de informações do projeto
Entender o projeto e o contexto é o que constrói os insumos do cálculo de estimativa. É preciso conhecer o projeto para compreender as suas especificidades e, assim, entender o melhor modo de realizar a estimativa de custos para cada projeto.
Antes do primeiro número, mergulhe nas informações do projeto:
- PGP e documentos de planejamento: EAP/EDT, dicionário da EAP, cronograma, declaração do escopo, critérios de aceite.
- FAEs (Fatores Ambientais): inflação (ex.: IPCA, INCC), volatilidade cambial, disponibilidade de fornecedores, logística, mão de obra local.
- APOs (Ativos de Processos): procedimentos de estimativa, bases históricas internas, políticas de compras e de aprovação.
- TAP (quando aplicável): CAPEX teto, premissas e restrições de alto nível.
É importante contar com o apoio de opinião especializada técnica para realizar esse trabalho. Alguns conhecimentos técnicos da operação serão importantes para definir melhores maneiras de realizar a gestão de custos do projeto.
👉 Exemplo: por exemplo, é importante avaliar com um engenheiro eletricista melhores modos de estimar corretamente a quantidade e o custo de cabos e transformadores em um projeto de uma planta industrial.
Como estimar os custos passo 2: Realizar a estimativa dos custos
Estimativa é, por definição:
Avaliação ou cálculo aproximado de algo.
Ou seja, estimativa de custo é um prognóstico aproximado de quanto dinheiro será necessário com base em informações conhecidas. Sendo assim, desde o princípio sabemos que a estimativa não é um valor único e exato, mas sim uma aproximação com maior ou menor grau de exatidão.
A exatidão da estimativa de um projeto aumentará conforme o projeto progride. Por exemplo, na fase inicial de um projeto de construção de uma casa, podemos ter uma estimativa por ordem de grandeza (variando de -25% a +75%). Nas fases finais do projeto podemos ter uma estimativa definitiva (variando de -5% a +10%).
O refinamento das estimativas de custos que acontecem ao longo do projeto, no caso de um projeto de engenharia, gera 5 classes de estimativas diferentes, conforme imagem a seguir.
Classe estimativa | Faixas do nível de definição da engenharia | Tipo de Projeto | Expectativa da Faixa de Imprecisão |
Classe 5 | 0% a 2% | Pré-viabilidade | -20% a +100% |
Classe 4 | 1% a 15% | Estudo de viabilidade | -15% a +50% |
Classe 3 | 10% a 40% | Conceitual | -10% a +30% |
Classe 2 | 30% a 75% | Básico | -5% a +15% |
Classe 1 | 65% a 100% | Detalhado | -3% a +15% |
O refinamento das estimativas ao longo do projeto aparece nas metodologias do tipo portão, incluindo na metodologia FEL, em que entre cada fase exige uma reavaliação da viabilidade econômica do projeto por meio das atualizações das estimativas de custos. Isso é ilustrado na figura seguinte.

Ao realizar as estimativas, diferentes alternativas são consideradas, e uma análise importante a ser feita é a de “fazer ou comprar”, identificando o custo de fabricação própria e o custo de aquisição. Quando a decisão de comprar for realizada, é importante realizar a Gestão das Aquisições.
Os principais itens que permitem o refinamento das estimativas estão na atitude do gerente do projeto em, ao longo do projeto:
- Aprender mais sobre o projeto;
- Obter informações dos custos reais (custos realizados);
- Descobrir quais riscos aconteceram e quais não;
- Verificar as premissas verdadeiras e premissas falsas;
- Identificar pontos de melhoria.
As estimativas podem ser realizadas por quatro diferentes técnicas:
- Estimativa análoga;
- Estimativa paramétrica;
- Estimativa “bottom-up“
- Estimativa de 3 pontos
PS: Se você já estudou como realizar estimativa da duração das atividades do projeto, você já conhece essas técnicas.
Vamos entender agora como aplicar cada técnica para estimar custos.
Para aprender as quatro técnicas, utilizaremos elas para estimar o custo de uma mesma atividade, ou seja, utilizaremos as quatro técnicas para responder a mesma pergunta a seguir: Quanto custa a construção da cobertura de um prédio escolar de 200 m² para uma nova escola que será construída em um bairro periférico de Belo Horizonte?
Estimativa Análoga
A Estimativa Análoga é a estimativa que faz uma analogia (como o próprio nome indica). Pode ser uma analogia entre duas atividades ou dois projetos. É preciso garantir que os dois itens comparados sejam de fato análogos. Para que sejam análogos, o escopo da comparação precisa ser similar..
Exemplo:
Quanto custa a atividade construção de cobertura de 200 m² para uma escola em um bairro periférico de Belo Horizonte?
Sabendo que a construção da cobertura de 400 m² para uma escola no centro de São Paulo teve um custo R$100.000,00 em 2020.
Por analogia, podemos estimar que a atividade terá um custo similar há R$50.000,00 em 2025.
Como você já observou, essa é uma estimativa rápida de se realizar, exige dados históricos e itens com carácter de similaridade. É uma estimativa muito utilizada nos estudos iniciais de viabilidade de uma ideia, e por isso também é chamada de estimativa top down.
Essa estimativa pode ser refinada aplicando-se índices de correção, conforme tabela a seguir.
Tipo de Correção | Descrição | Exemplo de Aplicação |
Índice Tempo | Ajuste do valor histórico pelo índice de inflação ou índice setorial de custos. | Obra de 2017 corrigida para 2022 pelo INCC ou IPCA. |
Índice Local | Ajuste pelo fator de custo regional (diferenças de insumos, mão de obra, logística). | Custo de obra no centro de São Paulo convertido para bairro periférico de Belo Horizonte. |
Índice Escopo | Ajuste proporcional à diferença de quantidade, tipologia ou padrão de acabamento. | Cobertura de 400 m² ajustada proporcionalmente para 200 m². |
Alguns índices de correção importantes para projetos de engenharia são apresentados na tabela seguinte.
Índice | Descrição |
INCC — Índice Nacional de Custo da Construção | Relativo aos custos de insumos aplicados em construções habitacionais, especialmente aquelas que são financiadas. |
IPCA — Índice de Preços ao Consumidor Amplo | Calculado mensalmente pelo IBGE, mede a variação dos preços no comércio e é o índice oficial da inflação no Brasil. |
IGP-M — Índice Geral de Preços – Mercado | Calculado pela FGV, reflete a variação de preços desde matérias-primas até bens finais, amplamente usado em contratos de aluguel e reajustes. |
Considerando então nosso exemplo:
- Índice Financeiro (ex.: INCC): 2020→2025 = 1,35
- Índice Local (SP→BH periférico): 0,85 (mão de obra/insumos mais caros)
- Índice Escopo (400→200 m²): 0,5
Custo Estimado = Custo Histórico × (Índice Financeiro × Índice Local × Índice Escopo)
Custo Estimado = 100.000 × (1,35 × 0,85 × 0,5)
Custo Estimado = 57.375
“Uma boa estimativa é aquela que é viável, independentemente do quão precisamente você precisa dela.” – Paul R. Ehrlich.
Estimativa Paramétrica
A estimativa paramétrica utiliza um relacionamento entre parâmetros construídos com base em dados históricos com a medição do escopo.
Exemplo:
Quanto custa a atividade construção de cobertura de 200 m² para uma escola em um bairro periférico de Belo Horizonte?
Se o parâmetro de custo da construção de coberturas prediais é de R$250,00 por m², podemos estimar um custo similar a R$50.000,00.
Essa estimativa possui o benefício de ser mais exata e de fácil obtenção, mas requer o acesso a informações históricas de custo confiáveis, o que só está disponível para um número limitado de atividades.
Em geral, existem boas bases de parâmetros custos disponíveis para projetos de construção, mas projetos mais específicos como de desenvolvimento de software ou desenvolvimento de produtos costumam ter apenas os dados de custos das empresas que estão desenvolvendo o projeto.
Na construção civil, é comum esses parâmetros serem arquivados em bases denominadas de Bases de Custos Unitários. O principal exemplo é o CUB (Custo Unitário Básico), que é acessado em http://www.cub.org.br.
Conforme o item 3.9 da Norma Brasileira ABNT NBR 12.721:2006, O CUB (Custo Unitário Básico), é:
“Custo por metro quadrado de construção do projeto-padrão considerado, calculado de acordo com a metodologia estabelecida pelos Sindicatos da Indústria da Construção Civil, em atendimento ao disposto no artigo 54 da Lei nº 4.591/64 e que serve de base para avaliação de parte dos custos de construção das edificações.”
Artigo 54 da Lei nº 4.591/64: Os sindicatos estaduais da indústria da construção civil ficam obrigados a divulgar mensalmente, até o dia 5 de cada mês, os custos unitários de construção a serem adotados nas respectivas regiões jurisdicionais, (…).
Também temos um livro explicativo de como aproveitar melhor o CUB, ilustrado na figura a seguir.
Também temos um livro explicativo de como aproveitar melhor as suas bases de dados, conforme figura a seguir.

Além das bases de dados de acesso público, cada empresa pode ter a sua base de dados privada, que, em geral, costuma ser mais exata à condição específica de cada empresa.
A figura seguinte apresenta exemplo de cálculo do parâmetro de custo para a atividade de construção de parede com os dados para uma construtora em específico em 2018.

Projetos de engenharia que lidam com escopos repetitivos ou padronizáveis se beneficiam muito de parâmetros de custo bem tratados, como nos projetos exemplificados na tabela seguinte.
Setor | Parâmetro de Custo | Exemplo de Valor | Aplicação Prática |
⚡ Energia e Infraestrutura | Custo por km de linha de transmissão instalada | R$ 50.000/km | Planejamento e comparação de alternativas de traçado de linhas de transmissão |
Custo por torre de transmissão montada | R$ 180.000/unidade | Estimativa de pacotes em regiões de relevo variado | |
Custo por MW de usina solar instalada | R$ 2 milhões/MW | Análise de viabilidade em parques solares | |
Custo por MW de turbina eólica instalada | R$ 2,3 milhões/MW | Benchmarking em projetos de energia renovável | |
🏗️ Construção Civil e Industrial | Custo por m² de prédio residencial | R$ 2.200/m² | Estudos de viabilidade em incorporações imobiliárias |
Custo por m² de galpão industrial | R$ 1.600/m² | Comparação de alternativas de expansão industrial | |
Custo por m² de hospital/edificação especial | R$ 3.800/m² | Avaliação de CAPEX em saúde e infraestrutura pública | |
Custo por km de rodovia duplicada | R$ 90.000/km | Estimativa inicial em projetos de infraestrutura viária | |
Custo por km de ferrovia implantada | R$ 200.000/km | Planejamento e análise econômica de corredores logísticos | |
🚰 Saneamento e Hidráulica | Custo por km de adutora instalada | R$ 120.000/km | Estimativas de sistemas de abastecimento de água |
Custo por metro de rede de esgoto implantada | R$ 1.200/m | Estudos para concessões de saneamento | |
Custo por litro/s de ETA | R$ 4.000/litro/s | Planejamento de sistemas de tratamento de água | |
Custo por litro/s de ETE | R$ 6.000/litro/s | Estimativa de investimentos em saneamento básico | |
🏭 Manufatura e Indústria de Processo | Custo por tonelada de capacidade instalada em planta de cimento | R$ 1.800/tonelada | Benchmarking de plantas industriais pesadas |
Custo por barril/dia de capacidade de refinaria | US$ 25.000/barril/dia | Planejamento de expansão em óleo e gás | |
Custo por m² de sala limpa (clean room) climatizada | R$ 10.000/m² | Projetos industriais de alta tecnologia (farmacêutica, semicondutores) |
Esses exemplos mostram que dedicar tempo para tratar dados de custos e construir parâmetros confiáveis é estratégico, pois isso permite:
- Permite comparar alternativas rapidamente.
- Ajuda na estimativa paramétrica em fases iniciais (FEL 1 e FEL 2).
- Gera benchmarks para negociações e aprovações de CAPEX.
🔎 Reflexão: a empresa em que você trabalha possui base histórica de custos organizada?
Estimativa “bottom-up“
A estimativa bottom-up (em português, debaixo para cima), é um método para estimar cada atividade (ou cada pacote de trabalho na EAP), e então, realizando a agregação dos custos de baixo para cima na EAP, calcular o valor dos custos nos pacotes macro até obter o custo do projeto como um todo.
A estimativa bottom up é um se baseia em avaliar os custos de cada componente individual de um projeto, a fim de determinar um custo total com maior precisão. Nesse método, a estimativa é feita a partir da análise detalhada dos custos de cada atividade ou item necessário para a conclusão do projeto. O processo de estimativa bottom up geralmente envolve os passos:
- Identificação de todos os itens necessários para o projeto;
- Quantificação de todos os itens necessários ao projeto (planilha PQ);
- Determinação do custo unitário de cada item;
- Somatório de dos custos de cada item para obter uma estimativa total do projeto.
Embora esse método possa ser mais demorado e trabalhoso do que outros métodos de estimativa, como a estimativa top down, ele geralmente fornece uma estimativa mais precisa e confiável, pois leva em consideração cada item individual necessário para o projeto e evita a omissão de custos importantes.
Exemplo:
Quanto custa a atividade construção de cobertura de 200 m² para uma escola em um bairro periférico de Belo Horizonte?
Após a elaboração da lista de material completa (Planilha de Quantitativo, ou PQ), e a cotação de cada item, obtém-se a estimativa abaixo.
Item | Descrição | Quantidade | Unidade | Valor U. | Valor (R$) |
1 | Telhas metálicas galvanizadas nº 1517 | 200 | pç | R$ 90,00 | R$ 18.000,00 |
2 | Estrutura metálica (metalon, vigas, perfis) | 2,5 | t | R$ 5.000,00 | R$ 12.500,00 |
3 | Fixadores, parafusos, buchas e consumíveis | 1 | Kit | R$ 3.200,00 | R$ 3.200,00 |
4 | Mão de obra (montagem e soldagem, 2 equipes por 15 dias) | 30 | diárias | R$ 520,00 | R$ 15.600,00 |
5 | Aluguel de andaimes e equipamentos de segurança | 15 | diárias | R$ 166,67 | R$ 2.500,00 |
6 | Transporte, carga e descarga dos materiais | 2 | Fretes | R$ 1.000,00 | R$ 2.000,00 |
7 | Despesas indiretas (administração, energia, imprevistos) | 1 | verba | R$ 3.000,00 | R$ 3.000,00 |
Somando, temos o Custo Estimado total de R$56.800,00.
Na construção civil, é comum encontrar preços unitários tabelados em bases denominadas de Bases de Custos disponíveis para consulta, reduzindo o tempo de cotação. Exemplos:
Nome da Base de Custos | Sigla | Descrição Rápida |
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil | SINAPI | Base nacional de custos habitacionais, divulgada pela Caixa e IBGE, utilizada como referência em obras públicas e financiamentos. |
Superintendência de Desenvolvimento da Capital – Belo Horizonte | SUDECAP | Tabela de preços unitários de insumos e serviços utilizada pela Prefeitura de BH em obras municipais. |
Tabela de Composições de Preços para Orçamentos | TCPO | Publicação tradicional com composições unitárias de custos da construção civil, usada em projetos de orçamentação detalhada. |
Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro | EMOP | Base de preços unitários para obras públicas do Estado do Rio de Janeiro. |
Sistema de Custos Rodoviários | SICRO | Base de preços e composições para obras rodoviárias, mantida pelo DNIT. |
Secretaria da Infraestrutura do Estado do Ceará | SEINFRA | Tabela oficial de custos unitários de serviços e insumos da construção civil no Estado do Ceará. |
O SINAPI (Sistema Nacional de Preços e Índices para a Construção Civil) tem por objetivo a produção de séries mensais de custos e índices para o setor habitacional, é disponibilizado gratuitamente pela CAIXA. No site você encontra um guia de como usar a ferramenta para realizar estimativas de custos para seus projetos. O site te permitirá realizar o download de dois tipos de tabelas, a SINAPI onerada inclui o impacto de pagamento de 20% da folha de pagamento deve ser destinada ao INSS. A Lei 12.546/2011 permite algumas construtoras a não realização desse pagamento, substituído ele pelo pagamento de a 2% da receita bruta ao INSS. A tabela SINAPI desonerada considera esse segundo cenário.
A TCPO (Tabela de Composição de Preços para Orçamentos) é uma tabela para é alimentar as bases de dados dos sistemas de gerenciamentos utilizados nas obras, é uma das mais usadas e que possui plano de assinatura para consultar os dados.
Veja na base de dados de gestão de custos uma estimativa de projeto de rede FTTH realizada com a técnica de estimativa bottom up, clique aqui.
Estimativa de três pontos
A estimativa de três pontos é uma alternativa para os casos em que não possuímos:
- Bases históricas de custo para a Estimativa Análoga
- Parâmetros para a Estimativa Paramétrica
- Temos tempo disponível para a Estimativa Bottom-Up
A estimativa de três pontos consiste em perguntar/analisar com profissionais que tenham experiência/expertise na área em questão ‘qual o custo eles acreditam ser necessário para realizar o projeto/atividade?’. A resposta deve ser coletada em 3 cenários, conforme tabela seguinte.
Sigla | Significado | Descrição |
CP | Cenário Pessimista | Representa o maior custo, considerando riscos e imprevistos que podem encarecer o projeto. |
CM | Cenário Mais Provável | Representa o custo realista, esperado na maior parte das vezes com base em premissas razoáveis. |
CO | Cenário Otimista | Representa o menor custo, considerando que tudo ocorrerá dentro do melhor cenário possível. |
Com esses 3 valores, por meio de um cálculo, determinamos qual será o Custo Estimado (CE). O cálculo do CE usa uma das duas fórmulas abaixo:
Fórmula pela distribuição triangular:
CE = (Co + CM + CP)/3
Fórmula pela distribuição beta:
CE = (Co + 4 * CM + CP)/6
A distribuição triangular valoriza de forma igual os 3 cenários. A distribuição Beta valoriza mais o cenário Mais Provável.
Outro benefício da estimativa de três pontos, é obter uma faixa provável para os custos do projeto. Assim, sabe-se o a maior quantidade de dinheiro que possa ser necessária para concluir o projeto (Cenário Pessimista) e a menor quantidade possível de dinheiro para concluir o projeto (Cenário Otimista).
Exemplo:
Quanto custa a atividade construção de cobertura de 200 m² para uma escola em um bairro periférico de Belo Horizonte?
Na opinião do senhor Deivison, engenheiro especialista na empresa DMA Engenharia de Estruturas, estima que a atividade terá um custo de, no mínimo R$41.000,00 (melhor cenário), um custo mais provável de R$50.000,00 e, no pior dos casos, um custo de R$85.000,00.
Com base na distribuição beta, temos:
Custo Estimado = Custo Histórico × (Índice Financeiro × Índice Local × Índice Escopo)
Custo Estimado = 100.000 × (1,35 × 0,85 × 0,5)
Custo Estimado = 57.375
Como estimar os custos passo 3: Publicação das estimativas
Após a conclusão das estimativas do projeto, é preciso publicá-las e garantir que as pessoas envolvidas tenham ciência do custo estimado para o projeto. Os profissionais envolvidos devem ser incentivados a colaborar para o refinamento das estimativas referente à área de sua expertise ao longo do projeto.
Além de registrar as estimativas em si, é preciso registrar a Base das Estimativas, que é o documento que apresenta como o valor estimado foi obtido. Não basta registrar o valor da estimativa, é preciso registrar o cálculo que deu origem ao valor estimado. Informações importantes para serem registradas:
- Escopo coberto e exclusões da estimativa.
- Metodologia (análogo/paramétrico/bottom-up/3 pontos).
- Fontes (bases públicas/privadas, cotações, data e versão).
- Índices e correções (ex.: INCC de MM/AAAA para MM/AAAA).
- Premissas e restrições (turnos, produtividade, clima, janela de obra).
- Critérios de medição (o que compõe cada item).
- Autorias e aprovações (quem estimou, quem revisou, versão).
Desse modo, as pessoas que tiverem acesso a essa informação, terão conhecimento de como se chegou a esse número, podendo assim apoiar o refinamento das estimativas.
Exemplo:
Estimativa da cobertura de 200 m² derivada do Projeto Escola SP/2020; INCC 2017→2022=1,35; FatorLocal SP→BH=0,85; ajuste de escopo 400→200 m²=0,50; logística mantida; exclusões: calhas e para-raios.
Desse modo, as pessoas que tiverem acesso a essa informação, terão conhecimento de como se chegou a esse número, podendo assim apoiar o refinamento das estimativas.
Com esses 3 passos, concluímos as estimativas de custo do projeto.
Ferramentas de gestão de custos
Evidentemente, com o grau de sofisticação que precisamos para elaborar a gestão de projetos, usar Sistema de informações de gestão de projetos com módulo para gestão dos custos nos oferece uma grande ajuda. Seria demorado realizar tantos cálculos no papel.
Desse modo, ferramentas de gestão de projetos genéricas que possuem funções para a gestão dos custos do projeto, como:
- Planejamento/controle: MS Project, Primavera, NetProject, MS Planner + planilhas avançadas.
- Orçamentação e bases: soluções com integração a SINAPI/TCPO e bases internas.
- BIM 5D: Revit/Archicad/Tekla/Rhino + módulo 5D para quantificar e vincular custos.
- BI/Analytics: Power BI/Looker para dashboards de custos, produtividade e desvios.
Para saber mais sobre qual o melhor software para gestão de projetos, clique aqui.
Alguns softwares permitem a realização de estimativas usando tanto bases de custos públicas como bases de custos privadas da empresa, exemplos:
A imagem abaixo, o site de divulgação do Software Volare, apresente as bases de custos disponíveis no sistema.

É possível utilizar software BIM Softwares (Modelagem de Informação da Construção) como Revit, ArchiCAD, Tekla Structures e Rhino. Quando o software é BIM 5D ou superior, eles possuem um módulo de gestão de custos do projeto. Podemos ver os tipos de BIM abaixo:
- BIM 3D: representação tridimensional da construção;
- BIM 4D: análise de duração;
- BIM 5D: análise de custos;
- BIM 6D: sustentabilidade;
- BIM 7D: gestão da construção.
Para compreender como a Modelagem 3D e a gestão dos custos do projeto se integram no software Tekla Structures, você pode ver esse vídeo do vendedor do software.
Para saber mais qual é o melhor software para gestão de projetos, clique aqui.
Conclusão
Estimativas sólidas combinam método + dados + especialistas + transparência. Elas guiam o CAPEX, evitam surpresas no OPEX e criam a ponte entre o planejado e o executado.
Estimativa não é chute; é método com memória: o número que você publica precisa contar a história de como chegou até ele.
Quiz de fixação
Assinale uma única alternativa para cada uma das perguntas a seguir e teste o seu aprendizado.
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