Era conceitual

Uma nova era, um novo modo de estudar

Não sei se você percebeu no último post, mas nós saímos da fase da “mão-de-obra” para a fase do “cérebro-de-obra”. O conhecimento passou a ser o maior gerador de riquezas e o mais importante fator de produção.

  • Na era da agricultura havia o trabalhador do campo, que era valorizado por sua força braçal;
  • Na era industrial surgiu o profissional da indústria que era valorizado por suas habilidades manuais (como operar uma máquina dirigível ou uma máquina de solda);
  • Na era da informação reinou o profissional instruído, que era capaz de operar sistemas por meio do computador;
  • Na era conceitual (dias atuais) surgiu um novo perfil profissional. Esse novo perfil profissional é aquele que tem expertise, isso é, conhecimento e criatividade.

Para o profissional da era conceitual, não importa o tempo que ele trabalha, se é 44 ou 4 horas por semana, nem mesmo se ele trabalhou no prédio da empresa ou no escritório da própria casa. O profissional do conhecimento é valorizado pelo o que ele produz com o conhecimento que ele tem.

O mesmo vale para os empreendedores, o empreendedor da era conceitual não deve apenas repetir modelos de negócios prontos, ele deve ter criatividade e inventividade.

Nas palavras de Thomas A. Stewart, autor do livro Capital Intelectual:

“O dinheiro tem poder, mas não pensa; as máquinas operam, muitas vezes melhor do que qualquer ser humano, mas não inventam”.

Todas essas quatro eras, a era da agricultura, a era industrial, a era da informação e a era conceitual, existem atualmente.

Alguns lugares do planeta são fortemente marcados pelas atividades da era primitiva, com pessoas vivendo da caça de animais e da coleta de alimentos, outros lugares vivem na era da agricultura, com trabalhadores braçais realizando o cultivo sem a ajuda de máquinas, enquanto outros estão na era industrial. Somente os lugares economicamente mais desenvolvidos é que chegaram de fato na era do conceitual.

No Brasil, por exemplo, de modo geral, estamos em uma transição da era da informação para a era conceitual.

A era da informação só deu o primeiro passo por aqui na década de 1980, quando o primeiro computador pessoal foi vendido no Brasil, o CP500. Mesmo assim, era o começo para pouquíssimas pessoas, pois o preço era muito elevado.

Ainda hoje nem todo mundo chegou a essa era. Somente em 2015 que 50% da população conseguiu ter um computador em casa. A verdade é que a era conceitual chegou, mas nem todo mundo chegou na era conceitual. Os alunos ainda continuam estudando para memorizar informações sem saber que isso não tem mais valor.

Você, provavelmente, faz parte da metade que tem computador em casa. Mas atenção! Não adianta ter um computador em casa para entrar na era conceitual, é preciso aplicar um método de estudo que desenvolva a expertise na mesma velocidade dessa nova era.

Não é ter um tablet de última geração ou um computador super-potente com os softwares mais atuais que vão ajudar a desenvolver a sua expertise se você não mudar o modo como encara a construção do seu próprio conhecimento.

Os estudantes estão tão despreparados para essa era porque eles estão usando o computador para estudar, mas continuam com o mesmo método de aprendizado antigo e ultrapassado que só fazia sentido na era industrial ou na era da informação. Agora está na hora de adotar um modo que foca no desenvolvimento da expertise, acabou a era de ficar memorizando informação.

Aplicar um novo modo de aprendizado focado na expertise é a porta de entrada para a era conceitual.

Anderson Ferreira

Anderson Ferreira é engenheiro mecânico pela PUC Minas, MBA em gestão de projetos pela USP, certificado como PMP pelo Project Management Institute, Mestre em Engenharia pela UFMG e certificado PMO-CP pela PMO Global Alliance. Anderson ama a gestão de projetos e engenharia, e acredita que unindo esses dois conhecimentos podemos construir um Brasil cada vez melhor.

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