5 Livros de Liderança que Transformaram a Minha Forma de Gerir Pessoas (e Vão Transformar a Sua Também)
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Se você lidera equipes em projetos que precisam atender a prazos desafiantes, critérios de qualidade e margens de custos apertadas, estes cinco livros funcionam como um “kit de calibragem” do líder.

1) Liderança: A Inteligência Emocional na Formação do Líder de Sucesso – Daniel Goleman
Por que mudou meu jogo: Goleman demonstra que, depois de um certo patamar técnico, é a Inteligência Emocional (e não o QI) que diferencia os líderes que decolam dos que apenas “entregam”. À medida que você sobe na organização, Inteligência Emocional pesa mais para prever eficácia de liderança do que brilhantismo analítico — justamente porque liderar é gente, contexto e relação.
O autor ainda mostra, com base em modelagem de competências, que a maioria das forças que distinguem líderes de alto desempenho está ancorada em IE, não em QI.
Como isso aparece na prática (especialmente em engenharia)
- Antes do Gantt, regule o clima emocional: checkpoints de contexto (“o que pode dar errado aqui?”) e de energia (“como o time está chegando?”). Goleman relaciona estilos de liderança e seu impacto no clima organizacional.
- Três micro-hábeis diárias: (1) pergunte “o que você precisa de mim hoje?”, (2) devolva feedback com curiosidade antes de correção, (3) feche cada reunião com um “quem faz o quê até quando” dito por quem vai executar.
- Gestão de risco humano: trate conflito cedo, com empatia firme: acolha a emoção, alinhe o fato, ajuste o plano.
2) Os 5 Níveis da Liderança – John C. Maxwell
Por que mudou meu jogo: Maxwell oferece um mapa simples e poderoso: liderança é influência, e essa influência evolui em Níveis: Posição, Permissão, Produção, Desenvolvimento de Pessoas e Pináculo.
O salto que separa bons de excepcionais está do Nível 3 (Produção) para o Nível 4 (Desenvolvimento de Pessoas) — “produção vence jogos, desenvolvimento de pessoas vence campeonatos”.
Ferramentas que levo comigo
- Diagnóstico rápido: se a equipe te segue porque precisa (N1), porque quer (N2), pelo que você entrega (N3), pelo quanto você os faz crescer (N4) ou pelo que você representa (N5).
- Rotina do Nível 3: torne-se o mais produtivo do time na sua zona de força e lance uma visão clara, conectando produção diária ao impacto do trimestre — execução começa pelo líder.
- Meta de Nível 4: sistematize coaching e delegação que multiplicam líderes (não apenas tarefas).
3) Liderança – Sir Alex Ferguson
Por que mudou meu jogo: Ferguson traduz décadas de vestiário e alto desempenho em princípios empresariais: estabelecer padrões, manter foco, comunicar com clareza e liderar (não só administrar) com delegação e tomada de decisão. Os capítulos são literalmente isso: Estabelecendo Padrões; Foco; Liderando, não Administrando (Donos/Controle/Delegar/Tomada de decisões) — uma cartilha de cultura de alta performance.
Como aplico com equipes de engenharia
- Padrões visíveis: defina “como fica um trabalho 10/10” com checklists operacionais e exemplos de “antes/depois” em detalhe de projeto.
- Foco: guarde blocos de tempo sem notificações para revisão técnica e conferências.
- Delegação com dono declarado: cada pacote de obra tem um DRI (responsável direto) publicamente conhecido, com autonomia e SLA de decisão — e você aparece como removedor de bloqueio, não como gargalo.
4) Liderança & Propósito – Fred Kofman
Por que mudou meu jogo: Kofman mostra que líderes extraordinários não “arrastam seguidores”; eles convocam investidores de energia para uma missão com significado — “negócios e justiça”: compaixão, integridade e serviço como motor do desempenho.
O trabalho do líder é suscitar comprometimento interno (ordem sem controle excessivo), simplificando regras e ampliando clareza de princípios e propósito.
Propósito é o maior incentivo não material; metas sem significado podem até destruir colaboração — o antídoto é alinhar valores, missão e autonomia.
Como traduzi isso para a gestão
- Propósito de engenharia: “construir com segurança, precisão e dignidade” — e conectar cada entregável (planta, RFI, diário de obra) a esse norte.
- Princípios acima de processos: quando o manual falhar, deixo que nossos princípios decidam: segurança, integridade do dado, respeito ao cliente/fornecedor.
- Ritos de integridade: “promessa pública” de prazos críticos + update honesto quando algo escorrega (com contramedida).
5) Líder Empreendedor – Dave Ramsey
Por que mudou meu jogo: Ramsey é direto, união e lealdade não nascem do acaso – proteja-as combatendo os cinco inimigos (falta de comunicação; falta de metas compartilhadas; fofoca; conflitos não resolvidos; incompetência respaldada).
Metas claras e compartilhadas reduzem atritos e criam compromisso (ninguém solta a bola dizendo “não é meu trabalho”).
E, quando decidir, lembre-se que os processos mudam; os princípios, não.
Protocolos que eu levo para o dia a dia:
- Antifofoque (em vigor): conversas sobre terceiros são redirecionadas para a pessoa certa, com você presente.
- Demissões com ousadia e respeito: nem rápido demais (espalha medo), nem tarde demais (corrói excelência). Equilíbrio comunica força e cuidado.
- “Meta que vira união”: todo sprint começa com um objetivo de impacto, visual e público; resultados são comemorados em equipe, não por heróis solitários.
Plano de 7 Dias para Turbinar sua Liderança (e da sua equipe)
Dia 1: Mapa de Clima & Emoções (Goleman): Reunião de 30 min: “O que pode dar errado? De que suporte você precisa de mim?” Saia com 3 bloqueios removíveis hoje.
Dia 2: Diagnóstico de Nível (Maxwell): Liste cada liderado e marque seu nível atual com você (N1–N5). Desenhe um passo para subir um nível com cada um.
Dia 3: Padrões Visíveis (Ferguson): Documente “como fica 10/10” para um entregável crítico (ex.: memorial descritivo). Publique e revisite.
Dia 4: Um Parágrafo de Propósito (Kofman): Escreva (e leia com o time) por que este projeto merece o melhor de nós? Conecte segurança, precisão e legado.
Dia 5: Protocolo Antifofoque (Ramsey): Implemente a regra: sem terceiros. Problemas sobem com nomes e prazos; conflitos têm facilitação em 48h.
Dia 6: Delegação com DRI (Ferguson + Maxwell): Para cada pacote de obra, nomeie um dono claro, autonomia acordada e trilho de escalonamento.
Dia 7: Rotina de Produtividade do Líder (Maxwell): Bloqueie 90 min para “produzir o que só você pode” e lance a visão da semana — conecte tarefas a impacto futuro.
Checklists de bolso
Antes de cada reunião:
- Como está o emocional do time e qual seria o melhor estado emocional? (Goleman)
- Qual nível eu quero subir aqui? (Maxwell)
- Qual padrão estou reforçando? (Ferguson)
- Onde está o vínculo com o propósito? (Kofman)
- Como isso aumenta união e mata a fofoca? (Ramsey)
Conclusão (e convite)
Estes cinco livros me ensinaram a sentir melhor (Goleman), crescer influência com método (Maxwell), blindar padrões e foco (Ferguson), dar sentido ao esforço (Kofman) e proteger a união que torna tudo executável (Ramsey).
Liderar não é sobre “controlar”, é sobre criar condições para que pessoas excelentes façam o melhor trabalho de suas vidas.
Se você aplicar 20% do que está aqui, vai perceber mais clareza, mais ritmo e menos atrito já nas próximas semanas. E, convenhamos, nada é mais bonito do que uma equipe unida entregando resultado sem brigas — com segurança, precisão e orgulho.