A ‘geração do diploma’ e da falta de experts
Nos últimos anos ocorreu um aumento estrondoso de matrículas nos cursos de ensino superior. O Censo da Educação Superior mostra isso em detalhes. Acompanhe comigo nesse gráfico.
O número de matrículas, que vinha estagnado por décadas em cerca de 1,3 milhões, a partir do ano 1998 entrou em um movimento de crescimento contínuo, que dura até hoje. Em 2014, atingiu o valor de 7,8 MILHÕES, o que é um aumento de mais de 600%.
Isso é uma notícia muito boa, quanto mais pessoas tiverem a oportunidade de entrar no ensino superior, melhor para o nosso país.
O problema está na existência de universitários acreditando que um diploma superior é a solução para todos os problemas profissionais. No passado, na era industrial, isso até fazia todo sentido. Naquela época, realmente quem tinha um diploma tinha o resto da vida para colher frutos dele, mas, na era conceitual isso não é mais verdade.
A era conceitual criou no Brasil o que chamamos de ‘Geração do diploma’, isso porque estão sobrando diplomas ao mesmo tempo que estão faltando experts.
A questão é que saber ler e interpretar instruções para realizar provas teóricas não desenvolve nossa expertise. Os estudantes estão sendo ótimos em memorizar instruções para obter diploma, mas não estão desenvolvendo nenhuma expertise.
Na era da informação, os profissionais de sucesso eram aqueles que memorizavam instruções e seguiam elas com disciplina. Isso tudo mudou com a era conceitual. As máquinas fazem o trabalho de seguir instruções. O novo perfil profissional exige expertise para se ter a capacidade de ser criativo e inovador.
A era conceitual é a era dos experts, não a era dos diplomados. O mundo nunca valorizou tanto o conhecimento e a expertise como valoriza agora. E ter diploma não significa ter expertise, são duas coisas totalmente diferentes.
Inúmeras reportagens estão demonstrando como a cada vez mais cargos empresariais importantes são ocupados por pessoas sem diplomas universitários, outras reportagem ainda evidenciam como as empresas Google, Apple e IBM não exigem mais diploma universitário de funcionários.
Por isso, não acredite no mito do diploma, o mito de que quando você se formar, o diploma será suficiente para que seja reconhecido como um expert.
É um mito acreditar que diploma te garante alguma coisa na era conceitual. Está faltando experts no mundo, mas sobram diplomas.
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